segunda-feira, 13 de julho de 2009

Ela...

E depois de tanta coisa que eu achava que estava errada finalmente consegui enxergar com outros olhos. E descobri que nada estava errado, o que acontecia era uma só uma passagem de uma fase pra outra. Na verdade tudo sempre esteve certo, o que eu não conseguia era exergar que por trás de tudo estava um olhar, um carinho sempre presente, um abraço, uma palavra amiga.
E ela pra mim está acima de tudo... É realmente a pessoa que é dona do meu amor incondicional, por ela largaria tudo. A única mulher que eu amo.
Minha mãe... a mulher que eu mais admiro. Meu exemplo de mulher forte. E pra ela vai todo o meu carinho e amor.
Que a amo falo todos os dias, mesmo que seja de brincadeira. Afinal às vezes falamos verdades brincando...Tenho muito medo de não conseguir dar toda a atenção que ela merece e que ela nem saiba o quanto a amo, tento demonstrar isso diariamente.

Então...

Te amo minha negrinha!! ♥

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Dia feio

Não gosto de chuva... Preciso de um dia de sol, porque nós associamos sol - alegria, chuva - tristeza, pelo menos eu. Acompanha comigo: um dia de sol (aquele dia perfeito sabe, uns 28°C, com pouquissimas nuvens, uma brisa suave... enfim..) nos remete a sair com os amigos, companheiro, enfim... nos remete a alegria, pois parece que o sol sorri pra nós. Já dia de chuva (ou nublados) me remete direto a uma segunda-feira! Chega ser triste! Trabalho no 4º andar de um prédio na zona norte de Porto Alegre, no meu campo de visão estão os bairros São João, São Geraldo e Floresta e óbviamente o céu. Então se o dia está nublado (como hoje) sempre acho que não será um dia muito agradável, pois fico vendo esse céu fechado, meio cinza.
Em algumas vezes tenho o privilégio de ver o pôr-do-sol de um ângulo maravilhoso. Lembro como se estivesse vendo agora, um dia (acredito que nas últimas semanas) o pôr-do-sol mais lindo que já vi, o céu estava um "rosa alaranjado" e o sol majestoso me fitava de longe, mas parecendo tão próximo que tive a impressão que ele queria dizer-me algo. Naquele dia fui pra aula feliz, apesar de ter sido extremamente cansativo, aquele "contato" que tive com o sol me deu esperança. Me mostrou que o outro dia seria melhor e que uma alegria imensa estava me esperando...
Alguns podem pensar "bah... num pôr-do-sol? ainda se fosse vendo ele nascer..." é.. acabei de pensar nisso, mas infelizmente quando o sol nasce estou "virando pro canto". Mas ainda verei o nascer do sol mais lindo e ...
...até lá, vamos viver
temos muito ainda por fazer,
não olhe pra trás apenas começamos
o mundo começa agora
apenas começamos...
Hoje definitivamente deveria ser um dia de sol, mas essas nuvens não vão me influenciar! Não hoje, não feliz do jeito que estou!
Beijos!

domingo, 5 de julho de 2009

♫ E quando eu estiver triste simplesmente me abrace...

Eu nunca ia imaginar que em uma festa num lugar chamado "Cabaret do Beco" eu ia encontrar alguém que me completasse, que conseguiu preencher todos os espaços que estavam vazios no meu coração. Também pudera... era dia dos namorados... E exatamente nesse dia (na verdade na madrugada), quando eu já estava "muito além do brilho", jogava num canto (num sofá) ele chega... enfim... dessa parte não me lembro bem, prefiro usar a definição dele "tava no céu" (descrição da cena: um casal sentado no sofá, a menina bêbada, o menino desconhecido abraçado nela e sendo encoxado).
O fato é que isso aconteceu a apenas algumas semanas... o que aconteceu nos dias que se passaram foi absolutamente mágico. Encontrei nele muito mais do que um namorado, encontrei um amigo, alguém com quem eu posso dividir meus medos e segredos... E somos diferentes, talvez exatamente por isso a gente se completa.
Óbvio que se fosse ele escrevendo teria toda uma lógica de como tudo aconteceu e tudo mais. Só que algumas coisas não precisam ter explicação, simplesmente acontecem...
Muito tentei fugir, dizer que não... mas adiantou? Não!
Agora já não consigo me imaginar sendo feliz longe dele...
Se vai ser pra sempre ou não só com o tempo posso dizer, "mas que seja infinito enquanto dure"

e para terminar, amor assinarei
da sempre tua...
P.S.

terça-feira, 30 de junho de 2009

É... ¬¬

É obrigatório saber o que fazer da vida quando se está com 20 anos? Pelamor... To quase enlouquecendo com isso! Como pode uma criatura que mal sabe se cuidar saber o que quer fazer no "resto de sua vida"? É impossível! E absolutamente assustador!
Ta, eu sei que estou exagerando, mas bah... já não basta a pressão que eu coloco em mim? (e pode ter certeza que não é pouca) Acham que eu não fico pensando "bah... to ficando velha e não sei o que fazer da vida ..."? Chê... que isso?!
E é ainda pior quando chega alguém pra ti e fica perguntando " ta mas e tu não gosta de fazer tal coisa? Fulana ta fazendo e parece que é bom...". EU NÃO QUERO FAZER O QUE FULANO OU CICLANO FAZ! É difícil entender? Eu não sou ela ou ele! Que coisa...

"- Ta, mas e tu não falou que vai fazer jornalismo?"
(aline responde) é... falei e vou tentar fazer sim! Só que não sei se vocês viram, mas não precisa mais de diploma pra ser jornalista!
"- Aaaaaaaaah... então agora ficou mais fácil, certo?"
(aline responde) Não pra mim! Já me viram trabalhando de jornalista, por acaso?!
"- Então pq não faz outra coisa?"
(aline responde) Mas que inferno!! Que tu acha que eu to tentando fazer?

...

Ta... eu acho que to surtando...

segunda-feira, 29 de junho de 2009

*_*

Hoje de manhã estava pensando nos meus amigos e em como eles são importantes pra mim. Alguns deles acho que nem sabe o quanto os amo, até porque não é pra todos que falo isso. Na verdade acredito mais no demonstrar do que no falar e isso vale pra todo e qualquer sentimento. Só que tenho alguns tipos de amigos, alguns dos que eu mais amo se encaixam na categoria "amigos que moram longe" e mesmo assim tendo manter um contato praticamente diário com eles.
Tem um pessoal que está mais perto, mas mesmo assim não consigo dar atenção todos os dias, é o caso dos "amigos do colégio". Adoro eles (muito) e sinto falta de tudo o que fizemos nos 11 anos em que estudei no Guimarães. Aprendi muito com nossa convivência e, na época, foi complicada a separação. Além de terminar o colégio no último ano me mudei de cidade. Mas mesmo assim acabei, com o tempo, me acostumando a ficar longe deles. Hoje sei que aquele tempo nunca mais vai voltar e penso que poderia ter aproveitado muito mais.
Mas queria mesmo falar dos meus "bests", aqueles que no momento são meus preciosos (*_*), meus amores... Esses merecem todo o meu amor, carinho e compreensão. O dia do amigo ainda não chegou (apesar que eu acredito ser como o dia da mulher = todos os dias), mas eles merecem minha atenção sempre. Não vou citar nomes porque sei que vou esquecer de alguns, mas sintam-se todos beijados, abraçados, apertados... enfim a eles gostaria de dedicar não só um tempinho como tenho feito, mas toda a atenção que eu conseguisse dar. Infelizmente não posso fazer isso, até porque eles enjoariam de me ver tanto. Mas queria agradecer a todos eles for me fazer dar minhas risadas mais insanas (mesmo quando não pode), por me dar puxões de orelha quando preciso (e às vezes quando não precisa também), por me meter em "indiadas" que acabam se tornandos as melhores experiências e histórias, por se embebedarem junto comigo ou simplesmente por me ouvir, fazer um carinho (mesmo que por emoticon). Amo todos!! Sem moderação!
Sei que não sou a pessoa mais fácil de conviver, mas pensem: Vocês vão pro céu com certeza (isso se existir um)! Só por terem a paciência de me amar. E desculpem eu ser tão cabeça dura, apesar de alguns de vocês serem beeeem parecidos, mas isso não vem ao caso.

Amo vocês suas pragas!! E desejo toda a felicidade do mundo!


Beijoooos

domingo, 28 de junho de 2009

Já estamos na metade do ano e finalmente criei vergonha na cara de voltar aqui e escrever alguma coisa. Desde a última vez que escrevi (dia 29/12/2008) muitas coisas mudaram... Chega de textos “descornados”. Não vou dizer nunca mais, porque como todo mundo sabe “nem tudo são flores” e não só na vida de Joseph Climber..
Já me perdi já me achei... já me acharam... Enfim... o ano ta bem bacana, eu diria que começou bem e tem ficado melhor!
Poderia escrever sobre as muitas coisas, mas queria ainda não cair no hoje (ou vou começar a ficar boba). Podia falar sobre a falcatrua que é tirar o diploma dos jornalistas, ou do meu time (Inter \o/), ou de como ando boba, mas vou aproveitar pra falar em nada, e em tudo ao mesmo tempo. Afinal aqui posso viajar loucamente, me perder nas palavras. E se viajar muito uso a muito bem criada “licença poética”.
Pois é, não passei no vestibular de verão, o de inverno nem tentei, mas desde março estou me preparando para o próximo e dessa vez levando mais a sério. Mas também tenho meus momentos de é... lazer. Muito bem aproveitados, diga-se de passagem. Até sócia do Inter eu fiquei (Momento propaganda, você torcedor colorado que ainda não é sócio, por favor, neh... agiliza!). Coisa mais boa ir no jogo! Da pra falar palavrão à vontade! Sem se preocupar se alguém vai te chamar de maloqueira. Fora que acabei pegando gosto por futebol.
E quem diria... Eu com 20 anos oO
Ta bom... Não é nada anormal, mas é que ainda me vejo como uma menina. Daqui a pouco tão dizendo que sou uma mulher! E isso é um pouco assustador. Prefiro ainda me definir como menina, com alguns traços de mulher. Acho que vou ser uma eterna menina/mulher. É bom.. tenho conseguido conciliar isso por enquanto é só saber quando ser menina, porque o normal agora é começar a ser mais mulher. Contanto que consiga manter meu emprego ou de preferência arrumar algo melhor, ta ótimo!
Por fim... o que dizer?
É... to feliz... e hoje é o dia de se afundar, mas tudo bem.


Ah... vamos acabar por aqui antes que eu comece a babar...


Beijosss

sábado, 25 de abril de 2009

" O Banquete"

Na verdade, Erixímaco, disse Aristófanes, é de outro modo que tenho a intenção de falar, diferente do teu e do de Pausarias. Com efeito, parece-me os homens absolutamente não terem percebido o poder do amor, que se o percebessem, os maiores templos e altares lhe preparariam, e os maiores sacrifícios lhe fariam, não como agora que nada disso há em sua honra, quando mais que tudo deve haver. É ele, com efeito, o deus mais amigo do homem, protetor e médico desses males, de cuja cura dependeria sem dúvida a maior felicidade para o gênero humano. Tentarei eu, portanto iniciar-vos em seu poder, e vós o ensinareis aos outros. Mas é preciso primeiro aprenderdes a natureza humana e as suas vicissitudes. Com efeito, nossa natureza outrora não era a mesma que a de agora, mas diferente. Em primeiro lugar, três eram os gêneros da humanidade, não dois como agora, o masculino e o feminino, mas também havia a mais um terceiro, comum a estes dois, do qual resta agora um nome, desaparecida a coisa; andrógino era então um gênero distinto, tanto na forma como no nome comum aos dois, ao masculino e ao feminino, enquanto agora nada mais é que um nome posto em desonra. Depois, inteiriça era a forma de cada homem, com o dorso redondo, os flancos em círculo; quatro mãos ele tinha, e as pernas o mesmo tanto das mãos, dois rostos sobre um pescoço torneado, semelhantes em tudo; mas a cabeça sobre os dois rostos opostos um ao outro era uma só, e quatro orelhas, dois sexos, e tudo o mais como desses exemplos se poderia supor. E quanto ao seu andar, era também ereto como agora, em qualquer das duas direções que quisesse; mas quando se lançavam a uma rápida corrida, como os que cambalhotando e virando as pernas para cima fazem uma roda, do mesmo modo, apoiando-se nos seus oito membros de então, rapidamente eles se locomoviam em círculo. Eis por que eram três os gêneros, e tal a sua constituição, porque o masculino de início era descendente do sol, o feminino da terra, e o que tinha de ambos era da lua, pois também a lua tem de ambos; e eram assim circulares, tanto eles próprios como a sua locomoção, por terem semelhantes genitores. Eram, por conseguinte de uma força e de um vigor terríveis, e uma grande presunção eles tinham; mas voltaram-se contra os deuses, e o que diz Homero de Efialtes e de Otes é a eles que se refere, a tentativa de fazer uma escalada ao céu, para investir contra os deuses. Zeus então e os demais deuses puseram-se a deliberar sobre o que se devia fazer com eles, e embaraçavam-se; não podiam nem matá-los e, após fulminá-los como aos gigantes, fazer desaparecer-lhes a raça - pois as honras e os templos que lhes vinham dos homens desapareceriam — nem permitir-lhes que continuassem na impiedade. Depois de laboriosa reflexão, diz Zeus: “Acho que tenho um meio de fazer com que os homens possam existir, mas parem com a intemperança, tornados mais fracos. Agora com efeito, continuou, eu os cortarei a cada um em dois, e ao mesmo tempo eles serão mais fracos e também mais úteis para nós, pelo fato de se terem tomado mais numerosos; e andarão eretos, sobre duas pernas. Se ainda pensarem em arrogância e não quiserem acomodar-se, de novo, disse ele, eu os cortarei em dois, e assim sobre uma só perna eles andarão, saltitando.” Logo que o disse pôs-se a contar os homens em dois, como os que cortam as sorvas para a conserva, ou como os que cortam ovos com cabelo; a cada um que cortava mandava Apolo voltar-lhe o rosto e a banda do pescoço para o lado do corte, a fim de que, contemplando a própria mutilação, fosse mais moderado o homem, e quanto ao mais ele também mandava curar. Apolo torcia-lhes o rosto, e repuxando a pele de todos os lados para o que agora se chama o ventre, como as bolsas que se entrouxam, ele fazia uma só abertura e ligava-a firmemente no meio do ventre, que é o que chamam umbigo. As outras pregas, numerosas, ele se pôs a polir, e a articular os peitos, com um instrumento semelhante ao dos sapateiros quando estão polindo na forma as pregas dos sapatos; umas poucas ele deixou, as que estão à volta do próprio ventre e do umbigo, para lembrança da antiga condição. Por conseguinte, desde que a nossa natureza se mutilou em duas, ansiava cada um por sua própria metade e a ela se unia, e envolvendo-se com as mãos e enlaçando-se um ao outro, no ardor de se confundirem, morriam de fome e de inércia em geral, por nada quererem fazer longe um do outro. E sempre que morria uma das metades e a outra ficava, a que ficava procurava outra e com ela se enlaçava, quer se encontrasse com a metade do todo que era mulher - o que agora chamamos mulher — quer com a de um homem; e assim iam-se destruindo. Tomado de compaixão, Zeus consegue outro expediente, e lhes muda o sexo para frente - pois até então eles o tinham para fora, e geravam e reproduziam não um no outro, mas na terra, como as cigarras; pondo assim o sexo na frente deles fez com que através dele se processasse a geração um no outro, o macho na fêmea, pelo seguinte, para que no enlace, se fosse um homem a encontrar uma mulher, que ao mesmo tempo gerassem e se fosse constituindo a raça, mas se fosse um homem com um homem, que pelo menos houvesse saciedade em seu convívio e pudessem repousar, voltar ao trabalho e ocupar- se do resto da vida. E então de há tanto tempo que o amor de um pelo outro está implantado nos homens, restaurador da nossa antiga natureza, em sua tentativa de fazer um só de dois e de curar a natureza humana. Cada um de nós, portanto é uma téssera complementar de um homem, porque cortado como os linguados, de um só em dois; e procura então cada um o seu próprio complemento. Por conseguinte, todos os homens que são um corte do tipo comum, o que então se chamava andrógino, gostam de mulheres, e a maioria dos adultérios provém deste tipo, assim como também todas as mulheres que gostam de homens e são adúlteras, é deste tipo que provêm. Todas as mulheres que são o corte de uma mulher não dirige muito sua atenção aos homens, mas antes estão voltadas para as mulheres e as amiguinhas provêm deste tipo. E todos os que são corte de um macho perseguem o macho, e enquanto são crianças, como cortículos do macho, gostam dos homens e se comprazem em deitar-se com os homens e a eles se enlaçar, e são estes os melhores meninos e adolescentes, os de natural mais corajoso. Dizem alguns, é verdade, que eles são despudorados, mas estão mentindo; pois não é por despudor que fazem isso, mas por audácia, coragem e masculinidade, porque acolhem o que lhes é semelhante. Uma prova disso é que, uma vez amadurecidos, são os únicos que chegam a ser homens para a política, os que são desse tipo. E quando se tornam homens, são os jovens que eles amam, e a casamentos e procriação naturalmente eles não lhes dão atenção, embora por lei a isso sejam forçados, mas se contentam em passar a vida um com o outro, solteiros. Assim é que, em geral, tal tipo torna-se amante e amigo do amante, porque está sempre acolhendo o que lhe é aparentado. Quando então se encontra com aquele mesmo que é a sua própria metade, tanto o amante do jovem como qualquer outro, então extraordinárias são as emoções que sentem, de amizade, intimidade e amor, a ponto de não quererem por assim dizer separar-se um do outro nem por um pequeno momento. E os que continuam um com o outro pela vida afora são estes, os quais nem saberiam dizer o que querem que lhes venha da parte de um ao outro. A ninguém, com efeito, pareceria que se trata de união sexual, e que é porventura em vista disso que um gosta da companhia do outro assim com tanto interesse; ao contrário,
que uma coisa quer a alma de cada um, é evidente, a qual coisa ela não pode dizer, mas adivinha o que quer e o indica por enigmas. Se diante deles, deitados no mesmo leito, surgisse Hefesto e com seus instrumentos lhes perguntasse: Que é que quereis, ó homens, ter um do outro?, e se, diante do seu embaraço, de novo lhes perguntasse: Porventura é isso que desejais, ficardes no mesmo lugar o mais possível um para o outro, de modo que nem de noite nem de dia vos separeis um do outro? Pois se é isso que desejais, quero fundir-vos e forjar-vos numa mesma pessoa, de modo que de dois vos tomeis um só e, enquanto viverdes, como uma só pessoa, possais viver ambos em comum, e depois que morrerdes, lá no Hades, em vez de dois ser um só, mortos os dois numa morte comum; mas vede se é isso o vosso amor, e se vos contentais se conseguirdes isso. Depois de ouvir essas palavras, sabemos que nem um só diria que não, ou demonstraria querer outra coisa, mas simplesmente pensaria ter ouvido o que há muito estava desejando, sim, unir-se e confundir-se com o amado e de dois ficarem um só. O motivo disso é que nossa antiga natureza era assim e nós éramos um todo; é, portanto ao desejo e procura do todo que se
dá o nome de amor. Anteriormente, como estou dizendo, nós éramos um só, e agora é que, por causa da nossa injustiça, fomos separados pelo deus, e como o foram os árcades pelos lacedemônios; é de temer então, se não formos moderados para com os deuses, que de novo sejamos fendidos em dois, e perambulemos tais quais os que nas estelas estão talhados de perfil, serrados na linha do nariz, como os ossos que se fendem. Pois bem, em vista dessas eventualidades todo homem deve a todos exortar à piedade para com os deuses, a fim de que evitemos uma e alcancemos a outra, na medida em que o Amor nos dirige e comanda. Que ninguém em sua ação se lhe oponha - e se opõe todo aquele que aos deuses se torna odioso - pois amigos do deus e com ele reconciliados descobriremos e conseguiremos o nosso próprio amado, o que agora poucos fazem. E que não me suspeite Erixímaco, fazendo comédia de meu discurso, que é a Pausânias e Agatão que me estou referindo talvez também estes se encontrem no número desses e são ambos de natureza máscula, mas eu, no entanto estou dizendo a respeito de todos, homens e mulheres, que é assim que nossa raça se tornaria feliz, se plenamente realizássemos o amor, e o seu próprio amado cada um encontrasse tornado à sua primitiva natureza. E se isso é o melhor, é forçoso que dos casos atuais o que mais se lhe avizinha é o melhor, e é este o conseguir um bem amado de natureza conforme ao seu gosto; e se disso fôssemos glorificar o deus responsável, merecidamente glorificaríamos o Amor, que agora nos é de máxima utilidade, levando-nos ao que nos é familiar, e que para o futuro nos dá as maiores esperanças, se formos piedosos para com os deuses, de restabelecer-nos em nossa primitiva natureza e, depois de nos curar, fazer-nos bem aventurados e felizes.